Tuesday, July 03, 2007

grande verdade

Existem poucas verdades nessa vida, em meio a tanta mentira hoje em dia.

Mas uma delas, uma grande verdade, é o fato de que tudo na vida, absolutamente TUDO na vida é capaz de te decepcionar.

As pessoas, os lugares, até tua própria consciência.

E não adianta nem buscar conforto em entretenimento material.

A tua banda preferida pode te decepcionar com um álbum ruim;
O teu cineasta favorito ou ator/atriz favorito pode te decepcionar com um filme ruim;
O teu escritor favorito pode te decepcionar com um livro ruim;
O teu seriado favorito pode te decepcionar com uma temporada nojenta;

Existem muitas mentiras, mas essa é uma verdade imutável: estamos sempre prontos e dispostos a nos decepcionar. E não precisa nem sair de casa...

Thursday, May 24, 2007

bye-bye marshmallow...

Deixa eu começar do começo, então.
Lááá no final de 2004, quando eu trabalhava com a minha amiga - e oráculo particular - Ana Iris (muito citada neste blog).
A Ana sempre foi uma grande fonte de trocas intermináveis de conhecimento de cultura pop, entretenimento e afins. Sempre nos pegamos em conversas empolgadas sobre assuntos que íam desde Dawson's Creek (e seriados em geral) a Ramones...

E eis que um belo dia a dona Ana me aparece no trabalho oferecendo uma série nova que recém tinha estreado no Estados Unidos em um canal pequeno, novo e promissor, chamado UPN. Essa emissora deu um peitaço e resolveu produzir, em parceria com a Warner, algo pra chamar a atenção pra si e bater de frente com os novos sucessos daquele ano. A série em questão se chamava Veronica Mars e deu certo. Era uma das "hottest things" da temporada de horário nobre daquele ano e eu lembro como se fosse hoje das palavras da Ana pra me convidar a assistir:

Ana: Tu gosta da Chloe do Smallville?
Eu:
Bah, adoro!
Ana:
Imagina um seriado SÓ da Chloe...
Eu:
hummm...
Ana:
ISSO é Veronica Mars.


O resto é história...

Trocando em miúdos, Veronica Mars tem o foco principal na personagem homônima. Filha do ex-xerife local de uma cidadezinha chamada Neptune, na Califórnia, onde quem mora ou é milionário ou trabalha para estes, Veronica precisa organizar sua vida encontrando algumas peças perdidas de um quebra-cabeças que rende o gancho para a primeira temporada inteira.
Sua melhor amiga foi assassinada e culpa plantada em um álibi falso - motivo pelo qual seu pai, Keith Mars, foi afastado do cargo de xerife e se tornou detetive particular -, sua mãe sumiu sem deixar rastro e Veronica perdeu a virgindade de uma maneira que nenhuma menina de 17 anos jamais esqueceria - se ela pudesse lembrar: dopada e estuprada em uma festinha.

Ao fim da primeira temporada, todos estes dilemas se resolveram, mas o criador, Rob Thomas - que não é o mesmo que canta no Matchbox Twenty, embora ele brinque com o fato constantemente -, consegui criar ganchos legais para introduzir uma segunda e até uma terceira temporada, as quais eu assisti assiduamente, embora admita que a trama perdeu um pouquinho de seu charme.

Mas por que eu estou escrevendo isto? Por que enaltecer Veronica Mars agora?
Talvez porque tudo que morre, merece uma eulogia. Esta é a minha.

Veronica Mars era uma boa série. Com texto esperto, personagens interessantes - especialmente a protagonista, muito bem interpretada pela carismática e talentosíssima Kristen Bell (que entrou pro rol das minhas atrizes favoritas) - , cheios de camadas, um certo tom noir, uma ótima fotografia e trilha sonora. Enfim. Era TV, mas era boa TV. Boa diversão, sem se preocupar em ser genial.

Eis que a baixa audiência do canal CW - "upgrade" da UPN com uma major - fez com que a série fosse cancelada e com que os fãs tentassem de tudo para manter a série viva, com abaixo-assinados e até protestos em frente à emissora. Mas o fim de Veronica Mars foi inevitável e até necessário, pois o risco era de que a trama e as personagens ficassem desfiguradas em uma quarta temporada, de acordo com os planos do Rob Thomas e da CW.
É preferível ficar com as boas memórias e deixar a série ir embora bem, com um último episódio que valeu muito. Que me lembrou até a primeira temporada e me fez querer que os minutos não passassem.

Esta semana dei um adeus doce a Veronica Mars e sei que vou sentir falta. Também sei que é apenas TV, portanto a falta vai ser fácil de superar, mas ainda assim sinto que gastei 45 minutos por semana durante 3 anos em ótima diversão.

Tuesday, April 24, 2007

e o desocupado sou eu...

Ah, o ser humano médio...

Adoro quando aparecem pessoas que deixam comments anônimos no meu blog, como este no texto sobre o intragável filme Jogos Mortais:


Ae estou procurando o torrent pra puxar o filme e acabei nessa merda aki.....
Ae Sabidão kem ti ve falando ate pensa q tu és um grande "DIRETOR" de filmes.... HAUhuAHuAHUhuA
Nao digo q a trilogia de Jogos Mortais seja "O Melhor", mas se for assim produza e lançe um filme melhor q esse ae antes de meter o pau, seu trouxa!!!
Realmente pude ver q vc eh um NERD mesmo!!! hahahahaha
Toma jeito de Homem seu biba... fika escrevendo bobeirinhas em Blog eh coisa de Mulher, ou Boiola ou Desocupado mesmo...
zuei.... HAUhuAHuAHUhuAHUA

Friday, December 15, 2006

pra parar de ouvir as mesmas coisas #6

Falam e falam e falam que eu não gosto de rock brasileiro, mas convenhamos: eu vou ouvir o quê?
Pitty? Detonautas? Charlie Brown Jr? Ou pior: Legião Ur(gh)bana?!

No caso das primeiras, não passam de cópias baratas da dita "atitude automática" vinda de fora. Aquela "atitude" pronta, enlatada, que parece fabricada em série (entre aspas porque de atitude mesmo, não tem nada). E são tão rasos, mas tão rasos que, quando aparecem bandas que se inspiram na quarta citada ali - que não fala nada com nada em suas letras, mas vai além do mero "supositório de cu é rola" -, fazem as pessoas dizerem asneiras do tipo "Eu gosto de Legião Urbana por causa das letras, que são muito boas". Claro que acham as letras boas, não entendem NADA delas! As letras do Legião e bandas derivadas mais parecem um amontoado de coisas que rimam e não fazem sentido algum - ao contrário das letrinhas "nhé" do pessoalzinho acima -, daí ninguém entende o que elas falam e então o povo, que não está muito acostumado a pensar, acha que, pelo fato de não entender nada, só pode ser pra lá de bom! Ledo engano...

Pra mim, no Brasil, em termos de pop/rock ao menos, existe muita gente de qualidade pra lá de duvidosa sendo vista como digna de respeito por sua obra que, na realidade, nem é grande coisa assim. Por isso que eu sou mais ligado em música internacional, porque bandas/artistas como Our Lady Peace, Live, John Mayer, Michelle Branch, Funeral For A Friend, Matchbox Twenty, Stars Align e uma interminável lista apresentam qualidade sonora, criativa e lírica muitíssimo maior do que as "grandes bandas nacionais", dentre elas os fraquíssimos Titãs (chega a dar pena dos coitados), Paralamas do Sucesso e o pobre do Barão Vermelho, que já nem sabe mais pra que lado atira: se é rock, se é samba, se é eletrônico, se é funk...

Mas nem tudo tá perdido pro rock nacional! Felizmente ainda existe gente que se esforça pra fazer coisa boa e acaba não devendo nadinha pros gringos, tanto em termos de criatividade quanto em produção. Uma pena que estes não façam tanto sucesso quanto os lixos citados acima. Ou de repente isso até é uma coisa boa, vai saber...

Um desses é um carioca chamado Jay Vaquer, cuja música eu conheço há alguns anos, mas conhecia pouco, porque em todas as lojas que eu entrava pra tentar comprar CDs dele eu ouvia sempre o mesmo "quem?" dos vendedores, que não faziam a mínima idéia de quem era o cara...

Mas esse ano eu consegui adquirir o material do Jay e comprovei que o som é realmente tão bom quanto os clipes dele que eu eventualmente via na TV.
Jay é filho de um antigo guitarrista americano, parceiro de Raul Seixas, igualmente chamado Jay Vaquer, e da cantora Jane Duboc. Herdou dos pais o gosto pela música, mas tentou "fugir" desse "mal" iniciando uma breve carreira de ator.

A música falou mais alto e hoje ele já tem 3 álbuns, repletos de guitarras, samples, batidas eletrônicas e acústicas, baixos marcantes, climas, arranjos de cordas e uma voz ora suave, ora forte, cantando letras REALMENTE inteligentes e bem escritas, que às vezes até brincam com a língua portuguesa com a segurança de quem sabe MESMO o que está fazendo.
Jay fala de amor, critica a vida moderna, põe o dedo na ferida de uma porção de falhas do ser humano e cria uma porção de imagens em suas canções. Imagens essas que vemos claras ao ouvir suas músicas e confirmamos assistindo seus videoclipes - que ele mesmo idealiza e banca.

É muito legal saber que, em meio a tanta porcaria fazendo sucesso no Brasil, invadindo nossas casas e nossas vidas até mesmo quando não damos permissão, existem coisas que valem a pena ouvir, prestar atenção e até gastar dinheiro com. São poucas, mas a música de Jay Vaquer é uma delas.

Pra conhecer o som dele, acesse
www.myspace.com/jayvaquer

Friday, November 24, 2006

bem gellada...

Mais uma das minhas conversas bem-humoradas com o meu amigo Luck Herbert.
Inspirada essa.
(devidamente editada pra evitar constrangimentos)


|||LUCK|||: ôoooooooo
ela não se liberou do Completo
Luis: bradescompreto
|||LUCK|||: eu sempre falo pra ela: moça, me vê um bradesco completo com ovo, queijo triplo e ovo
fritas, quer dizer
bradesco full com fritas!
fritas acompanha?
hahaha
adoro essa pergunta!
hahaha
um dia ainda vou usar
qdo chegar alguma mina com aqueles alemão bicuíra com cabelo parafinado
FRITAS ACOMPANHA?
hahahahaha
Luis: hehehe
mas sem molho de alho, "façoavor"

|||LUCK|||: molho de alho é com a pri
ela fez em Sta Cruzes
Luis: é vero
hehehe
auei seu valdisnei
|||LUCK|||: e largou na salada de maionegs comunitária do churras no aniver
hahaha
ainda bem q não tinha mina
hahaha
espanta tubarões né?
Luis: bah
espanta tubarões
hehehe
galera ficou pronta pra matar vampiro
buffy, a caça-vampiros
|||LUCK|||: antes tivesse uma buffy lá
não é o bicho, mas pegava certo a Gellar
hahaha
potava pra gellar no frizi lá de casa
hahaha
Luis: hahahaha
|||LUCK|||: do lado dos picolé
Luis: bem gellada
|||LUCK|||: ahãn
sarah, não quer uma gellada?
sarah michelle?
bah... nome de faxineira!
Luis: sarah, vamo se gellar?
|||LUCK|||: hahahahahaha
booooooooooooooooa
Luis: sarah, michelle, se gellar, agora!
|||LUCK|||: hahaha
roubou a minha frase
Luis: convidando as mina pra ir pro bar
pior... "sarah michelle" é muito nome de puta
de traveca
|||LUCK|||: ôoooooooo
ahãn
tem q pagar couvert pra falar
hahaha
nome artístico e tals
Luis: hehehe

(...)

|||LUCK|||: pois eh
mas sou mais a buffy
pq a qq hora o cara pode se Gellar
Luis: total
|||LUCK|||: hahahaha
Luis: hahahahaha
|||LUCK|||: que dupla hein?
Luis: ô meu, to rindo muito
|||LUCK|||: é essa a idéia né?

Tuesday, November 21, 2006

muito falatório por nada #1

Jogos Mortais 1 & 2



Todo mundo falava, falava e falava do tal filme Saw (Jogos Mortais, aqui no Brasil) e eu ainda não tinha tido paciência pra assistir. É que quando eu perco um filme no cinema, muito dificilmente o assisto em DVD. Por dois motivos:
1. Eu sou desses nerds que preferem baixar as coisas pra assistir ou ir no cinema mesmo;
2. Sempre que eu entro numa locadora, automaticamente me dá um branco e esqueço de TODOS os filmes que queria ver.

Foi então que acabei nunca vendo o tal filme que, pra um monte de amigos meus era um dos melhores filmes de todos os tempos e pra outros era pura bobagem, lixo, uma merda mesmo.

E não é que o diacho ganhou uma seqüência?
Daí eu prometi que assistiria ao primeiro para poder ir ao cinema ver Jogos Mortais 2. Acabei nunca fazendo, pelos dois motivozinhos anteriormente citados, e a continuação da trama entrou pra fila...

Belo o dia em que meu chefe baixou o danado e colocou na roda pra galera. Mas era o Jogos Mortais 2: eu ainda precisava assistir ao 1!
Meses se passaram com o arquivo .avi do maldito filme jogado no meu HD - se bytes pegassem pó, ia precisar dum belo espanador - e o Luis Fernando naaada de ir na locadora pegar o primeiro filme. Até há poucas semanas atrás, quando o terceiro filme estreou no Brasil.
Daí eu pensei: "Deu! Vou ter que ver essa merda!"
Abri o mininova.org e peguei o torrent do primeiro filme, baixei o arquivo num pulo e levei pra casa. Vi os dois filmes num intervalo de um ou dois dias, nos meus tempinhos livres.

Minha conclusão? Bem... em meio a tanta gente falando que esse filme era a coisa mais chocante e insana já feita desde que George Romero colocou o cinema trash ao status de cult, tudo que eu tenho a dizer sobre a dupla Jogos Mortais e Jogos Mortais 2 é "nhé".

Na boa, onde já se viu um filme de tortura, morte, serial killer e afins ser "do bem"? Dar lição de moral? Ah, pára! Lição de moral é coisa pra filme do Robin Williams. Deviam ter convidado ele pra ser o assassino, porque daí ficava PERFEITO.
O "assassino" em questão é um velho que está na beira da vala, com um câncer tão fudido que leva ele a crer que ele precisa "punir" as pessoas que não aproveitam suas vidas como ele gostaria, colocando elas em cativeiro e fazendo joguinhos masoquistas nos quais, se as pessoas sairem vivas, aprendem uma valiosa lição sobre como valorizar essa dádiva que deus nos deu.
Apaputaquepariu de cu é rola! Filme bem ruim!

E o 2 segue a mesma merda de idéia. Só que a trama não é tão chata e idiota quanto a do 1. Eu dormi menos durante o 2.

Sobre as cenas de morte serem chocantes, outro "nhé"... Já vi coisa mais chocante em desenho animado. Nada que o George Romero não tenha feito mil vezes mais apavorante.

E aquele velho imbecil, que tem o apelido de Jigsaw nos filmes, devia apanhar de relho até a bunda dele sangrar. Pra parar de ser imbecil e de se meter nas vidas dos outros pra dar "liçãozinha de moral".

Jogos Mortais é a prova de que as pessoas se chocam com pouco e exigem muito pouco do entretenimento que elas mesmas pagam. Bota um sanguinho aqui, um pezinho decepado ali, uma moralzinha do bem acolá e tu pensa que tem um suuuper filme chocante?
Nunca ensinaram pra essa gente que filme de serial killer tem que ser "do mal"?
Serial killer mata porque mata e ponto! Não dá lição cristã.

Acho que essa semana vou assistir ao 3. Disseram que teve gente que desmaiou na sessão.
É o que dá ficar só assistindo filminho da (argh!) Jennifer Lopez...

Isso aqui vai continuar...

Friday, October 27, 2006

suicide note(?)

"Eu vou pular da Janela", disse ela.

"Pula, não vou te impedir. Vai e faz. Quero ver se tu és forte o suficiente pra sustentar teus absurdos", retrucou.

Foi então que todas as tentativas de suicídio ou maneiras desesperadas e infantis de chamar a atenção pularam pela janela.

O irônico, porém, é que eles nunca mais se viram desde que ela desceu do parapeito e caminhou pela sala em direção à porta da rua.


Deixou-lhe em paz de vez.